08 julho 2010
Venda de Imóveis pelos Governos Europeus
Após anos de acumulação de património os governos da maioria dos países europeus lançam mão de todos os meios para equilibrarem as suas contas públicas, a venda de imobiliário público é um dos meios usados.
Segundo a consultora CB Richard Ellis as vendas de activos imobiliários públicos, nos últimos 4 anos, foram de 2% a 2,5%, do total de vendas, este ano estima-se que sejam de 4% dos 100 mil milhões de euros das vendas no imobiliário.
A Alemanha lidera as vendas de património imobiliário público seguida pelos restantes países europeus, existindo em todos estes países graves problemas no equilíbio orçamental.
Mas o resultado destas vendas sobre as contas dos estados será pequeno, pois o desiquilíbrio orçamental resulta de um fluxo de despesa corrente que já não pode ser acompanhado pelo aumento da receita corrente (por ex. aumento de impostos). Assim, a venda de património do Estado permite a realização de receitas de capital que, pelas suas características, não podem, sustentadamente, aliviar a pressão sobre o défite público.
Com esta cura de emagrecimento o Estado começa a colocar em risco o "bom" colesterol e não faz a dieta adequada que, essa sim, poderia salvar o doente.
Ao prescindirem de parte do seu património os estados não corrigem os desvios às suas contas, mas, pelo contrário, interferem no mercado imobiliário, provocando uma avalanche de activos para venda que vão afectar os preços, as rendas e as taxas de ocupação (vacancy rates). Será que no momento actual o aumento da oferta imobiliária é positivo? Será que os estados conseguem, neste momento, venderem os seus activos com os melhores retornos? Será que estas medidas não vão agravar ainda mais a situação no mercado imobiliário e a crise económica em geral?