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20 julho 2010

Portugal: Crise, emprego e salários




Num artigo recente Luis Garciano da LSE explica as diferenças entre a capacidade de resposta da economia espanhola e inglesa face às crises, afirmando que a diferença se explica através do comportamento dos salários.
Em Espanha, apesar da recessão, o preço do trabalho aumentou, enquanto que, no Reino-Unido os salários reais baixaram.
A situação em Portugal, (segundo os dados compiliados no gráfico), configura-se mais próxima do caso espanhol, ou seja, apesar da redução da taxa de variação do PIB e do emprego, os salários tendem a não ajustarem à baixa. Esta rigidez tem um preço, que se reflecte no crescimento das taxas de desemprego, pois se os salários não baixam, acaba por se reduzir o número de pessoas com acesso ao emprego.

08 julho 2010

Venda de Imóveis pelos Governos Europeus


Após anos de acumulação de património os governos da maioria dos países europeus lançam mão de todos os meios para equilibrarem as suas contas públicas, a venda de imobiliário público é um dos meios usados.

Segundo a consultora CB Richard Ellis as vendas de activos imobiliários públicos, nos últimos 4 anos, foram de 2% a 2,5%, do total de vendas, este ano estima-se que sejam de 4% dos 100 mil milhões de euros das vendas no imobiliário.

A Alemanha lidera as vendas de património imobiliário público seguida pelos restantes países europeus, existindo em todos estes países graves problemas no equilíbio orçamental.
Mas o resultado destas vendas sobre as contas dos estados será pequeno, pois o desiquilíbrio orçamental resulta de um fluxo de despesa corrente que já não pode ser acompanhado pelo aumento da receita corrente (por ex. aumento de impostos). Assim, a venda de património do Estado permite a realização de receitas de capital que, pelas suas características, não podem, sustentadamente, aliviar a pressão sobre o défite público.
Com esta cura de emagrecimento o Estado começa a colocar em risco o "bom" colesterol e não faz a dieta adequada que, essa sim, poderia salvar o doente.
Ao prescindirem de parte do seu património os estados não corrigem os desvios às suas contas, mas, pelo contrário, interferem no mercado imobiliário, provocando uma avalanche de activos para venda que vão afectar os preços, as rendas e as taxas de ocupação (vacancy rates). Será que no momento actual o aumento da oferta imobiliária é positivo? Será que os estados conseguem, neste momento, venderem os seus activos com os melhores retornos? Será que estas medidas não vão agravar ainda mais a situação no mercado imobiliário e a crise económica em geral?

06 julho 2010

Optimismo a Sul: India e China Hotels & Resorts

Como é sabido a Índia cresceu 6,7% em 2009 e entre 2004 e 2008 a taxa média anual de crescimento foi de 9%. O crescimento na China foi ainda mais impressionante, ultrapassando os 10%.
Estes mercados são cada vez mais atractivos para o investimento no segmento da Hotelaria. Segundo o presidente e CEO da cadeia hoteleira Starwood (ver edição do Wall Street Journal ) o investimento em infraestruturas na Índia será intenso, a disponibilidade de quartos em hotéis é de 100.000, enquanto que, a cidade de Nova Iorque, por si só, tem 80.000 quartos. A China e os chineses representam para o grupo Starwood cerca de 80 dos 300 hotéis com abertura planeada para os próximos 3 anos e 25.000 dos funcionários são de origem chinesa.